quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Relatos del Paraguay...

Durante o dia as fronteiras paraguaias são como as de Ciudad del Este: caóticas e suspeitas. Mas durante a noite, que foi quando cruzamos a Ponte da Amizade, as 23 hs, foi uma tranquilidade total. Foi só mostrar o papel que me entregaram na entrada e o cara disse OK, tudo bem, e passamos. No lado brasileiro só fizemos o slalon nos cones, o policial tentou nos enxergar e não esboçou qualquer outra reação.
Saimos de Asunción já a tarde, aí pelas 16:30hs. A previsão de chegada na fronteira era 23:30. A saida da capital me pareceu meio confusa: quando parecia que iriamos pegar a estrada, dobravamos em uns suburbios de ruas estreitas e trânsito. Talvez seja culpa do GPS, pois estavamos por ele. Depois que engrenou, foi bem. Já de noite, a uns 80 km do destino, fomos parados por uma brreira policial. Parei, abri o vidro e o guarda de origem indígena falou: GLU, Glu glu...   ,e caminhou para tras do carro. Hein? Fiquei na minha e ele voltou: glu glu glu... Eu falei que não estava entendendo o que ele queria dizer. Ele: glu , glu , glu, atras del carro. Fui atras dele com o documento do carro e a carteira de motorista, já prevendo alguma... Ele continuou: Glu, glu, glu. Eu fiquei meio injuriado e falei: tu podes falar de uma forma que eu possa te entender? Perguntou se a família era paraguaia. Fiquei meio encucado e achei engraçada a pergunta. Ele parecia meio assustado. Falou sobre as luzes do carro, que estavam todas funcionando. Pensei que ele quizesse que eu freasse para acender a luz de freio. Fui frear e ele veio: no, no! Meteu a mão dentro do carro e eu não gostei. Que queres? Ele queria dizer que eu parei e não havia acendido o pisca-alerta e que isso, no Paraguay, era grave, iria me multar, apreender, prender. Queria 50 reais para liberar. Disse que não tinha e disse que se fosse prender, teria que conseguir também alojamento para as duas crianças que estavam comigo. Veio outro guarda com cara mais européia, entrou no papo e saiu logo. Quando saiu, o indio falou que era melhor eu resolver logo isso com ele, porque o outro era muito mau. Falei que não tinha dinheiro, ele começou a tomar nota do meu documento num papel de pão. Depois pediu para eu assinar.Dei uma lida e o único nome que estava escrito era Anildo Sarturi. Rabisquei o papel como Anildo Sarturi (desculpe, meu pai). A situação era irritante e hilária, sem contar que também era bastante arriscada, no meio da noite paraguaia. O indio saiu e voltou o europeu, que falou que era melhor eu resolver logo com ele porque o outro era muito mau. Até a Silvia veio participar da conversa e as meninas começaram a se queixar chorosas. Aí o europeu me devolveu os documentos e me liberou. Fomos embora, porém preocupados com a possibilidade de eles terem avisado alguém pela frente. Mas chegamos bem na cidade fantasma del Este. Os tramites foram quase instantâneos, como ja comentei. E entramos de volta no Brasil...
Já retirei o carro da revisâo de 30000 km e amanhã de manhã seguimos para casa, via Londrina. Faremos o trecho em dois dias, provavelmente parando pra dormir no través de Sorocaba.
Estamos chegando de volta...

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