Acho que foi na sexta-feira, no dia que fizemos um passeio idiota até perto de San José, longe pacas de SFrancis, pro sul da cidade. Estávamos procurando um Walmart e não sabia que era tão longe. No final, decidi voltar, deixando de perder mais tempo que já havíamos perdido. É como acabar por vender as ações em baixa, pra parar de perder. Voltamos pra cidade e as meninas queriam um Jack'n. Fomos lá perto da Union Square. Depois de estacionar do outro lado da Market, caminhamos até a lanchonete e fiz os pedidos. Eram umas 2 da tarde e a lanchonete estava quase vazia. Sentamos em uma mesa do fundo e coloquei a mochila pendurada na minha cadeira. Estava comendo e reparei, com o canto dos olhos, que havia um cara meio pobre, que sentou no lado oposto do corredor. Não dei atenção e logo ele saiu. Depois voltou e arrastou uma cadeirinha de criança que estava no canto. Novamente saiu de minha vista. No meio do meu sanduíche, a Gio falou qualquer coisa de alguém estar mexendo na mochila. Entendi que talvez alguém estivesse querendo passar. Aí veio uma moça falando "He took your phone!!!, he took your phone!!!... Meu raciocínio em marcha lenta pensou: bem, meu celular está bem aqui no meu bolso esquerdo, e a carteira no direito, como sempre. E continuam aqui. Que celular é esse que ela está falando? Ela repetiu a ladainha mais uma ou duas vezes quando eu fiquei em pé. Daí eu resolvi sair pra rua, ainda sem entender muito do que exatamente ela estava falando, mas já supondo que estava se referindo a uma câmera fotográfica Samsung que estava na lateral da mochila. Logo que cheguei na rua vi um cara passar de bicicleta e pensei: é o cara. Mas um camarada com cara de mexicano me falou que o ladrão havia se escondido atrás de um furgão que estava estacionado bem na frente. Ele falou: vá por lá que eu vou por aqui. Dei a volta co carro e vi um sujeitinho acocorado na rua, ao lado do furgão. Fui até ele, que se levantou e me mostrou umas moedinhas de 1 cent, falando que só tinha essas moedinhas. Não lembro bem se segurei ele ou sua roupa e o cara falou Me solta, não toque em mim. Soltei o cara e dei uma olhada para ver se havia algum policial por ali, como nos filmes americanos. Foi o tempo suficiente para o sujeito sair numa corrida louca, atravessando a rua e descendo a Mason para o lado da Market. Fui atrás,sem muita convicção: o que eu haveria de fazer? Mas logo desisti e voltei pra lanchonete. Perdi o apetite. Raciocinei friamente que o que ele havia levado era uma máquina fotográfica barata, comprada no Paraguai no ano passado e que já havia copiado as fotos pro computador, como fazia todas as noites. Deixa pra lá... Algum tempo depois, pensando um pouco mais nas possibilidades, o cara poderia ter me dado uma estocada com algum furador.
A seguir a minha foto depois do episódio e, em seguida a foto do ladrão em fuga.